Reflexões
Bom pessoal, hoje o texto não tem necessariamente a moto
como ponto principal. Ou talvez tenha. Hoje, sai pra ir ao supermercado, uma
coisa comum, banal e isso me fez pensar: “O quão comum, banal é a nossa vida?”.
O modelo da sociedade em que vivemos nos diz: “Estude,
forme-se, arrume um bom emprego, compre um carro, conheça uma boa moça,
case-se, compre um apartamento, tenha filhos, envelheça, aposente-se, vá pescar
e morra.” Então fiquei com isso na cabeça, e então percebi que em algum ponto
desse caminho eu meio que saí dessa trajetória, e acredito que a Motocicleta é
uma das razões.
Geralmente a pessoa que opta pela motocicleta tem um tipo
diferente de personalidade, sem o medo de correr riscos em troca das sensações
que essa te proporciona, e isso implica em dizer que essa pessoa pode também
estar disposta à correr esses riscos em outras áreas da sua vida, saindo desse
ciclo descrito acima. Conheço vários motociclistas, e todos eles, saem desse
perfil “modelo padrão” em pelo menos um dos quesitos. Alguns não se formaram,
outros decidiram-se por não se casar, outros por não terem filhos, outros por
empregos não convencionais e por aí vai.
Não estou dizendo que motociclistas sejam melhores ou piores
que ninguém, mas é uma constatação de que são sim um tipo diferente de pessoa.
E justamente por não se encaixarem nesse modelo, um motociclista ao ser
apresentado num grupo de Iguais, dificilmente vai ser introduzido como “Engenheiro,
advogado, engenheiro...” e sim “_Esse é fulano, ele é o cara da moto tal..”
Nesse sentido, a moto pode também ser uma quebradora de
barreiras, pois você tem no mesmo ambiente o empresário e o entregador, e pouco
importa a profissão ou conta bancária de cada um, pois o assunto é moto. Não
importa se a moto foi comprada à vista, ou financiada à perder de vista, e sim
os gostos e preferencias em comum de cada um. Não tentando ser “filosófico
demais” mas não seria essa uma forma de se comunicar eliminando barreiras
sociais? De encontrar a pessoa por quem ela é?
Lógico que mesmo no meio motociclistico existem aqueles que
se sentem melhor quando acham que são “exclusivos”, e assim surgem as
panelinhas daqueles que possuem determinado tipo de moto, ou determinada marca.
Mas essas são exceções, e não a maioria. E por isso sou contra o estereótipo “motoqueiro
x motociclistas”, mas isso é assunto pra outro post.
E o que dizer das pessoas que fazem do motociclismo sua
principal atividade? Pessoas que dedicam suas vidas ao comercio de
motocicletas, ou que tem bares onde motociclistas contam suas histórias, seriam
essas pessoas que estão fora do modelo padrão menos felizes? Fracassados?
Perdedores? Ou ainda os viajantes, que tem a obrigação de devorar quilômetros e
mais quilômetros de histórias como objetivo? E o nosso objetivo, qual é? Pra
que estamos vivendo? Pra casar, ter filhos, etc?
Eu não sei vocês, que acessam esse nosso blog, mas o meu
objetivo nessa vida é simplesmente ser feliz, e pra isso a motocicleta é realmente
uma grande ferramenta, e isso me basta.
Vamos que vamos, tentando ser feliz, "Di Motoca" Sempre.
Claudião"Coscobeu"
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